O que é o Jornal da Macroeconomia

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Natal, RN, Brazil
O Jornal da Macroeconomia é uma reunião de debates que tem como temática a conjuntura macroeconômica. Idealizado pelo professor do Departamento de Economia da UFRN, Dr. André Lourenço, para servir como instrumento de incentivo ao debate. Teve sua primeira edição realizada no dia 09 de outubro de 2008. Sua formatação inclui a pesquisa e seleção de notícias consideradas relevantes, envolvendo a temática do debate, que são compiladas e apresentadas aos participantes na forma de jornal, seguindo então os debates, tendo como foco as notícias previamente selecionadas. Esse espaço foi criado para disponibilizar as edições anteriores aos interessados, divulgar o Jornal da Macroeconomia e criar um meio eletrônico de realizar esses debates, visando contribuir para o Curso de Economia da UFRN e de outras academias.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

12ª Edição

UFRN – Ano 03 – 12ª Edição – Editado por Andréia Simone, Elivânia Melo, Felipe Luiz, Fernando Nascimento e Luciano Mariano – Agosto/2010 – Natal/RN

Ministro destaca redução de gastos com pessoal e pagamento de juros


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou nesta terça-feira que os empréstimos do Tesouro ao BNDES foram importantes para evitar a queda do PIB no Brasil durante a crise financeira internacional de 2008 e 2009. Afirmou que o reforço no caixa do banco não implicou em aumento de custo para o Tesouro Nacional. “O custo é menor do que os ganhos com os empréstimos e os gastos com subsídios voltam em forma de aumento da arrecadação de impostos e dividendos do banco”.

Para Mantega, sem os financiamentos do BNDES ao setor produtivo e as demais medidas anticíclicas adotadas para o enfrentamento da crise o país teria registrado queda de 2,5% a 3% do PIB. “Quando cai o PIB, a arrecadação cai e o emprego cai”, citou. “Nós evitamos o prejuízo com pagamento de seguro-desemprego, por exemplo, e não estaríamos crescendo no patamar de 6,5% em 2010”, argumentou durante entrevista para comentar o relatório “Economia Brasileira em Perspectiva”.

Segundo o ministro, entre 2003 e 2004, a participação do BNDES no total de financiamentos do Sistema Financeiro Nacional era de 24% e atualmente está em 20,2%, “Significa que o crédito livre (do setor privado) cresceu mais que o crédito do setor público”, disse Mantega.

Ele lembrou ainda que o BNDES não empresta apenas a grandes empresas. “É natural que as grandes empresas tomem empréstimos maiores. Agora, somente em 2009 as pequenas e médias empresas obtiveram R$ 30 bilhões em financiamentos do BNDES, o que é incomum”, enfatizou o titular da Fazenda. “É difícil uma empresa saudável, com um projeto sólido e bem fundamentado não consiga crédito no BNDES”, disse, citando a aprovação de 400 mil projetos no ano passado.

PIB - O ministro confirmou que o PIB em 2010 crescerá 6,5% pelas projeções da Fazenda divulgadas no relatório e destacou a retomada do crescimento no terceiro trimestre. Também enfatizou o aumento do PIB per capita: “Esse aumento se deve à aceleração do crescimento do PIB e à diminuição do crescimento populacional”.

Mantega destacou outros indicadores importantes da retomada do crescimento, como o resultado da indústria automobilística, com venda de mais de 300 mil unidades em julho e a evolução do mercado consumidor, medido pelo aumento expressivo da mobilidade social. Conforme o ministro cada vez mais a população brasileira melhora sua condição de vida, passando das classes D e E para B e C.

O ministro ressaltou ainda o aumento da geração de empregos no país. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o saldo mensal de junho de 2010 registrou a criação de 212.952 empregos com carteira assinada. É o segundo melhor resultado para o mês de junho, perdendo apenas para junho de 2008. “Estamos diante de um maior crescimento e maior geração de emprego, que é uma correlação direta”, comentou.

Sobre as projeções de inflação, Mantega também confirmou 5,3% para o IPCA e disse que o índice está abaixo das estimativas do mercado. “De fato não havia uma inflação de demanda, como eu falei desde o início do ano, mas sim um choque de oferta. Os analistas não esperavam retração dos preços agrícolas”.

Em relação ao comércio exterior, após um período em que as importações cresceram mais que as exportações, as curvas agora estão convergindo. “As importações, que chegaram a crescer 40%, estão agora crescendo entre 34% e 35%, com as exportações acelerando”, afirmou.

Ao comentar os números da publicação divulgada nesta terça-feira, Guido Mantega ressaltou que o país hoje caminha na direção da poupança pública (resultado de toda a arrecadação e gastos do Governo Central, sem as estatais, menos o investimento). “Estamos começando a gerar poupança pública, o que é salutar e deve continuar”.

Sobre a política fiscal, destacou a redução dos gastos com pessoal em relação ao PIB. “Alguns diziam que haveria gasto explosivo, o que não aconteceu”, lembrou. Conforme o ministro o aumento em determinado momento foi devido ao reajuste salarial de algumas categorias. “A tendência é que os gastos com pessoal se estabilizem entre 4,5% a 4,7% do PIB, abaixo do que já foi no passado”.

O ministro concluiu que “a economia brasileira está bem, crescendo de forma saudável, gerando emprego e com equilíbrio fiscal”. Ele negou que a divulgação do panorama econômico cunho eleitoral. “Agora tudo que fazemos pode ser interpretado com conotação eleitoral. Mas conseguimos isolar política de economia. Não há contaminação”, disse. “Não vou deixar de divulgar os dados porque é ano eleitoral. A economia não desaparece em ano eleitoral”, declarou.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social – GMF / http://www.fazenda.gov.br/audio/2010/agosto/a100810.asp em 26/08/10 - acesso em 26 de agosto de 2010

Indústria quer barreira contra importados

São Paulo (AE) - A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vai pleitear junto ao governo o aumento da alíquota do Imposto de Importação de 14% para 35% dos equipamentos comprados no exterior e que tenham similares nacionais. No mês passado, as importações de máquinas atingiram a maior marca mensal em 70 anos: US$ 2,253 bilhões, com crescimento de 52,6% ante julho de 2009.
“Vamos fazer esse pleito ao Ministério da Fazenda nas próximas semanas”, afirma o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. Ele frisa que a indústria brasileira de máquinas está perdendo competitividade em relação aos produtos estrangeiros. “A falta de isonomia em relação às máquinas importadas é brutal”, diz ele, se referindo à taxa de câmbio, aos tributos e às vantagens de financiamento oferecidas pelos países que vendem máquinas para o Brasil.
Aubert Neto diz que a tributação de 35% está de acordo com o teto das alíquotas de importação, segundo as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). A entidade defende o aumento do imposto em caráter emergencial para estancar o processo de desindustrialização pelo qual passa a indústria de máquinas. Para os equipamentos sem similares nacionais, o imposto de importação é hoje de 2% e essa alíquota seria mantida.
De janeiro a julho, o saldo da balança comercial do setor de máquinas registrou um déficit de US$ 8,072 bilhões e previsão é encerrar o ano com um saldo negativo de US$ 13 bilhões, o maior déficit já registrado.
Exportadora
Aubert Neto destaca o avanço dos países asiáticos no mercado brasileiro de máquinas. “A China vai passar a Alemanha que hoje é a segunda maior fornecedora de máquinas no próximo mês”, afirmou o executivo. No primeiro semestre, a China foi a terceira maior exportadora de máquinas para o Brasil, com vendas de US$ 1,594 bilhão e respondeu por 11,9% das importações.
“Em 2005 a China não aparecia entre dez maiores fornecedores.” Movimento semelhante ocorre com a Coreia do Sul que vendeu no primeiro semestre US$ 494,4 milhões e responde por 3,8% das importações, em 2004 detinha 1,1%. “As importações da Índia não eram nada cinco anos atrás.” O presidente da Abimaq diz que a Coreia se destaca pois vende com preço, qualidade e prazo. Isso faz parte da política industrial dos países que estão avançado no mercado brasileiro.