O que é o Jornal da Macroeconomia

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Natal, RN, Brazil
O Jornal da Macroeconomia é uma reunião de debates que tem como temática a conjuntura macroeconômica. Idealizado pelo professor do Departamento de Economia da UFRN, Dr. André Lourenço, para servir como instrumento de incentivo ao debate. Teve sua primeira edição realizada no dia 09 de outubro de 2008. Sua formatação inclui a pesquisa e seleção de notícias consideradas relevantes, envolvendo a temática do debate, que são compiladas e apresentadas aos participantes na forma de jornal, seguindo então os debates, tendo como foco as notícias previamente selecionadas. Esse espaço foi criado para disponibilizar as edições anteriores aos interessados, divulgar o Jornal da Macroeconomia e criar um meio eletrônico de realizar esses debates, visando contribuir para o Curso de Economia da UFRN e de outras academias.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Jornal da Macroeconomia

Jornal da Macroec onomia UFRN – Ano 4 – 19ª Edição – Projeto de Monitoria – Teoria Macroeconômica – Outubro/2011 – Natal/RN
OCDE vê IPCA alto e expansão menor do Brasil em 2012 26 de outubro de 2011 • 15h31

A economia brasileira vai desacelerar em 2012, e a inflação fechará o ano acima de 6 por cento, previu a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em relatório divulgado nesta quarta-feira, no qual destacou a gravidade do cenário externo.
Em um amplo estudo econômico sobre o país, a OCDE afirmou que também em 2013 a inflação seguirá acima do teto da meta de 4,5, com o crescimento ganhando um pouco de ritmo, mas ainda bem abaixo do estimado pelo governo.
"O principal desafio macroeconômico consiste em dominar a inflação dentro de um contexto de abundante liquidez mundial", afirmou a organização intergovernamental, que reúne países industrializados
Os prognósticos da OCDE geraram uma reação exaltada por parte do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, que questionou a "consistência macroeconômica" do relatório e afirmou que o governo não deixará o país desacelerar em 2012 e 2013.
"Talvez contaminados pela estreiteza da reação de países desenvolvidos, a OCDE não vê que o Brasil tem plenos instrumentos para reagir ao momento atual", disse Holland durante a apresentação do relatório.
Ele também criticou o modelo econômico usado pela OCDE para estimar a inflação, afirmando que no Brasil ele não é usado "nem por estudantes de graduação".
O Banco Central tem reiterado que a inflação, que hoje corre acima do teto de 6,5 por cento, pelo IPCA, da meta no acumulado em 12 meses, convergirá para o objetivo central de 4,5 por cento já no ano que vem.
A OCDE, contudo, estima que a inflação ao consumidor medida pelo IPCA chegará ao final de 2012 em 6,2 por cento, fechando o ano seguinte em 5,1 por cento.
O governo brasileiro espera que a economia cresça entre 3,5 por cento e 4 por cento este ano, segundo o Ministério da Fazenda. Para 2012, a expectativa é de expansão de 5 por cento, de acordo com projeto orçamentário encaminhado ao Congresso em agosto. A OCDE, por outro lado, previu crescimento de 3,6 por cento este ano, com desaceleração para 3,5 por cento no ano seguinte e expansão de 4 por cento em 2013.
"Estamos trabalhando com um cenário externo muito mais negativo do que o governo brasileiro", afirmou o economista da OCDE Marcos Boturi ao justificar as discrepâncias entre os prognósticos. Ele ponderou que, apesar da desaceleração, o desempenho do Brasil em meio à crise tem sido bem superior à média global.
Para garantir o crescimento de longo prazo, a OCDE defendeu a importância de o país promover reformas mais amplas, como a previdenciária, que abriria espaço para uma elevação dos investimentos em infraestrutura, hoje em níveis "baixos".
Ainda do lado fiscal, a entidade chamou a atenção para a importância de o Brasil reduzir as vinculações das receitas orçamentárias e introduzir uma limitação ao crescimento das despesas.
"Seria completada uma primeira etapa nessa direção, se o limite de crescimento das despesas com pessoal for adotado", afirmou a OCDE.
CONTROLE CAMBIAL
A OCDE informou ainda considerar "compreensíveis" as medidas adotadas pelo governo brasileiro para restringir temporariamente a entrada de capitais de curto prazo no país, dadas as incertezas na economia global.
A referência aparentemente era à imposição pelo governo da taxação, com IOF, das aplicações feitas por estrangeiros em renda fixa e dos empréstimos externos de curto prazo.
"Mas o Brasil deve confiar de maneira mais significativa na consolidação fiscal", afirmou a entidade, ressaltando que o aumento da poupança pública minimiza riscos associados aos grandes fluxos de capitais voláteis.
Entre as recomendações de políticas para o Brasil, a OCDE citou o desenvolvimento do mercado de capitais de longo prazo, a adoção de uma meta fiscal nominal, que inclui também as despesas financeiras, e a minimização de riscos associados aos grandes fluxos de capitais voláteis.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5436639-EI188,00-OCDE+ve+IPCA+alto+e+expansao+menor+do+Brasil+em.html.

Dívida pública sobe 2,2% em setembro, para R$ 1,8 trilhão
Despesa com juros e emissão líquida elevaram dívida em setembro.Dívida externa subiu 12,44%, para R$ 84,8 bilhões.
Alexandro Martello Do G1, em Brasília


A dívida pública federal, o que inclui os endividamentos interno e externo, teve alta de 2,28% em setembro deste ano, para R$ 1,8 trilhão, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira (24). Em valor, o crescimento totalizou R$ 40 bilhões – no fim de agosto, a dívida pública estava em R$ 1,76 trilhão.
Segundo o Tesouro, a elevação da dívida pública no mês passado se deve à apropriação de juros da dívida interna, no valor de R$ 17,6 bilhões e, também, à emissão líquida (acima do volume de resgates) de R$ 13,3 bilhões em títulos no mercado interno. Também foi registrado um aumento de R$ 9,39 bilhões na divida externa por conta da alta do dólar.
Dívidas interna e externaNo caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro, foi registrado um crescimento de 1,83% em setembro, para R$ 1,72 trilhão. Em agosto, a dívida interna estava em R$ 1,69 trilhão.
Já a dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos no mercado internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou um aumento de 12,44% em setembro, para R$ 84,8 bilhões. Em agosto deste ano, o estoque da dívida externa estava em R$ 75,4 bilhões.
Previsão para 2011A expectativa da Secretaria do Tesouro Nacional para este ano é de um crescimento de até R$ 236 bilhões na dívida pública, para R$ 1,93 trilhão. O Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública em 2011 prevê um patamar entre R$ 1,8 trilhão, o que representaria um crescimento de R$ 106 bilhões, e R$ 1,93 trilhão (expansão de R$ 236 bilhões), para a dívida pública brasileira no fim deste ano.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/10/divida-publica-sobe-22-em-outubro-para-r-18-trilhao.html.

Brasil precisa elevar poupança interna, diz Coutinho
Dependência brasileira de recursos externos pode deixar a economia vulnerável

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, afirmou nesta quarta-feira (19) que o Brasil precisa elevar sua poupança interna nos próximos anos. Segundo ele, a dependência do País em relação a recursos externos pode deixar a economia brasileira vulnerável a choques internacionais. A análise ocorreu durante apresentação na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
- Depender de forma absoluta do capital externo não é uma política sustentável. Isso significa olhar a poupança das famílias, das empresas e do governo de maneira importante.
O presidente do banco de fomento voltou a dizer que ainda não há queda verificável no ritmo dos investimentos do País, a despeito do recrudescimento da crise mundial.
- Predomina a avaliação de que a economia brasileira pode desacelerar um pouquinho, mas ainda retém as alavancas e o volume de projetos com alto retorno que são necessários para sustentar os investimentos.
Segundo Coutinho, os desembolsos do BNDES em 2011 devem ficar entre R$ 140 bilhões e R$ 145 bilhões, patamar próximo do efetuado no ano passado.
- Essa estabilização ocorre porque agora buscamos abrir espaço para que o setor financeiro privado nacional possa voltar a financiar investimentos de longo prazo.
Fonte: http://noticias.r7.com/economia/noticias/brasil-precisa-elevar-poupanca-interna-diz-coutinho-20111019.html.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

CALENDÁRIO


Eis o calendário, com o prof. responsável e suplente, respectivamente:

31/3 - Prof. André Lourenço e Prof. William

28/4 - Prof. André Marques e Prof. Márcia

26/5 - Prof. Fabrício e Prof. André Lourenço

16/6 - Prof. Márcia e Prof. Fabrício

25/8 - Prof. William e Prof. André Marques

29/9 - Prof. André Lourenço e Prof. Fabrício

27/10 - Prof. André Marques e Prof. William

24/11 - Prof. Fabrício e Prof. Márcia

quarta-feira, 27 de abril de 2011

16ª Edição

Jornal da Macroeconomia


UFRN – Ano 4 – 16ª Edição – Projeto de Monitoria – Teoria Macroeconômica – Abril/2011 – Natal/RN







Dilma diz que não sacrificará emprego e crescimento para combater inflação


Mas presidente diz em reunião do Conselhão que está atenta, dia e noite, às pressões inflacionárias, ''venham de onde vierem''


O governo não vai controlar a inflação à custa do desemprego e da redução drástica do crescimento. A meta foi exposta ontem, de maneira explícita, pela presidente Dilma Rousseff, aproveitando a sua primeira participação na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o "Conselhão".


Diante de empresários, sindicalistas, artistas e ativistas sociais, ela disse é "sempre melhor enfrentar os problemas do crescimento do que os problemas do desemprego, da falta de renda, da falta de investimento e da depressão econômica". Numa referência aos críticos preocupados com a possibilidade de o governo perder controle sobre os preços, Dilma disse que "está atenta dia e noite às pressões inflacionárias, venham de onde vierem".


Acrescentou que "compreende" o "calor da paixão" no debate econômico, mas prefere aguardar a eficácia de medidas já tomadas para manter a política de fazer "reduções seletivas" do crédito e do consumo e chegar a um "crescimento moderado".


Antes do pronunciamento da presidente, o ministro Guido Mantega (Fazenda) fez uma explanação detalhada sobre a visão do governo em relação ao momento econômico mundial e do País. Dois dos 26 slides exibidos - com planilhas que juntavam indicadores e propostas de política econômica - resumiram o que Dilma anunciaria em seguida.


O slide 17 da apresentação do ministro Mantega mostrou que a política do governo é "reduzir a expansão do crédito e moderar o crescimento da demanda sem matar a galinha dos ovos de ouro" - que é o crescimento. O slide 18 explicitou até uma divergência em relação ao governo Lula: o ajuste do governo Dilma, afirmou, "não é o (ajuste) tradicional". Além de alertar para o fato de que as reduções seletivas não atingirão o investimento, a planilha acrescentava: "Em 2011, continuam (os) estímulos ao investimento".


Mantega admitiu que, neste ano, não será possível repetir a "exuberância" do crescimento da oferta de emprego de 2010, quando foram criados mais de 2,5 milhões postos formais.


Herança. Dilma disse que tomará todas as medidas necessárias para garantir a preservação da "nova classe média", o que chamou de "maior e melhor herança" recebida da era Lula.


Ao defender o crescimento, ainda que "moderado", ela pregou inclusão social e o funcionamento dos canteiros das obras do PAC e do Minha Casa, Minha Vida - na prática, a execução do Orçamento mostra que, pelo menos por enquanto, o governo não está fazendo investimentos nesses programas.


Para a presidente, o País ainda tenta consolidar a recuperação da crise financeira de 2008 e sofreu choques internos recentes, como a alta dos preços de alimentos e do etanol. "Eu tenho compromisso em controlar a inflação. Sem controle, não há desenvolvimento sustentável", afirmou. "Eu cumpro meus compromissos. também tenho compromisso com o desenvolvimento econômico e social, pois é o que gera emprego e garante a inclusão."


Site http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110427/not_imp711190,0.php.


Taxa de câmbio “real” é a menor dos últimos nove anos


A desvalorização recente do dólar fez com que, em termos reais, a taxa de câmbio fosse a menor nos últimos nove anos.


A desvalorização recente do dólar fez com que, em termos reais, a taxa de câmbio fosse a menor nos últimos nove anos. A taxa de câmbio “real” é uma medida da taxa de câmbio obtida por meio de uma comparação dela com a inflação do período no Brasil e nos principais parceiros comerciais.

A taxa de câmbio atual é inferior à taxa de janeiro de 1999, mês em que ocorreu a mudança do regime cambial. Em outras palavras, pode-se afirmar que a taxa de câmbio atual é próxima a taxa de janeiro de 1999, caso não tivesse ocorrido inflação no Brasil e nos principais parceiros comerciais. O cálculo desta taxa foi feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Já a taxa de câmbio nominal está em nível próximo ao do primeiro trimestre de 2000. Vale ressaltar, entretanto, que, como medida de competitividade, a taxa de câmbio nominal não permite o mesmo tipo de comparação da taxa de câmbio real. Por exemplo, uma taxa de câmbio de R$ 1,72 em 2008 não tem o mesmo significado de uma taxa de câmbio de R$ 1,72 em 2000, pois a inflação do período deveria se refletir numa desvalorização do real na mesma proporção da variação dos preços para que a taxa de câmbio estivesse, de fato, no mesmo nível.

A questão principal desta análise é que a taxa de câmbio atual é praticamente a mesma de quando a economia brasileira tinha um regime de bandas cambiais, que resultou em aumento acentuado das importações, com efeitos prejudiciais à indústria nacional, que perdeu competitividade. O reflexo na economia foi sentido pelas baixas taxas de crescimento econômico nos anos de 1997 e 1998. Como há uma defasagem temporal entre o valor do câmbio e o impacto nas exportações e importações, a valorização da moeda brasileira constitui uma fonte de preocupação para os próximos anos.


Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/taxa-de-cambio-real-e-a-menor-dos-ultimos-nove-anos/14216.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

15ª Edição

UFRN – Ano 03 – 15ª Edição – Editado por Andréia Simone, Érica Priscilla, Felipe Luiz, Fernando do Nascimento e Luciano Mariano – Dezembro/2010 – Natal/RN.

Medidas do BC tornarão mais rentáveis aplicações em CDB

Novas normas farão as taxas do CDB aumentar principalmente por causa da atuação dos grandes bancos

Wellton Máximo, da AGÊNCIA BRASIL

Brasília – Ao mesmo tempo em que restringem o crédito, as medidas anunciadas ontem (3) pelo Banco Central (BC) têm reflexo sobre os investimentos. Se o aumento de juros decorrente dessas ações encarece os empréstimos e financiamentos, as taxas mais altas tornarão mais rentáveis as aplicações em certificados de depósitos bancários (CDB).

Os CDB são um dos principais meios pelos quais os bancos captam recursos para emprestar aos clientes. As instituições pegam dinheiro dos aplicadores e, em troca, devolvem a quantia acrescida de juros, que são mais baixos do que os cobrados dos clientes nas operações de crédito. As novas normas farão as taxas do CDB aumentar, principalmente por causa da atuação dos grandes bancos.

Com o aumento do compulsório, quantia que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central, R$ 61 bilhões serão retirados de circulação da economia. Para recomporem o capital, as instituições financeiras, principalmente os grandes bancos, precisarão captar recursos por meio do CDB. Para atrair aplicadores, os bancos oferecerão juros maiores.

Atualmente, os bancos estão pagando em torno de 10% ao ano para captar recursos por meio do CDB. Dependendo do prazo da aplicação, a taxa pode aumentar ou cair um pouco. De qualquer forma, os juros são infinitamente menores que o das operações de crédito. De acordo com o Banco Central, uma operação de cheque especial na instituição que cobra os menores juros tem taxa de 1,98% ao mês, ou 26,52% ao ano.

Além da elevação dos compulsórios pelo Banco Central, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou as garantias que os bancos precisam fazer para arcar com os riscos de inadimplência para vários tipos de financiamentos. Em vez de deixarem R$ 11 imobilizados para cada R$ 100 emprestados, as instituições precisarão ter R$ 16,50 de capital.

A exigência vale para os seguintes tipos de operações: crédito ao consumidor (CDC) de mais de 24 meses, empréstimo consignado (descontado em folha de pagamento) a partir de 36 meses. Para financiamentos de veículos, a nova regra será aplicada conforme o prazo do financiamento e o valor da entrada. As operações de crédito rural, imobiliário e de financiamento ou arrendamento mercantil de veículos de carga permanecem na regra antiga.

Fonte: http://exame.abril.com.br – Em 04/12/10

Banco Central sobe compulsório e retira R$ 61 bilhões da economia

Ao enxugar economia, BC contribui para aumento dos juros bancários.
Com isso, instituição pode ter uma trajetória mais suave nos juros básicos.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) e a diretoria do Banco Central decidiram elevar a alíquota do depósito compulsório (recursos que têm de ser mantidos na autoridade monetária) sobre depósitos à vista de 8% para 12% e, também, sobre depósitos a prazo, que passou de 15% para 20%., informou nesta sexta-feira (3) o presidente da instituição, Henrique Meirelles. As alterações dos compulsórios valem a partir da próxima segunda-feira (6).

Com a medida, o governo está retirando R$ 61 bilhões em da economia brasileira - recursos que não poderão ser mais utilizados pelos bancos para empréstimos a empresas e pessoas físicas.

Meirelles afirmou que a medida visa evitar o surgimento de "bolhas" no mercado de crédito e, também, de riscos para o sistema financeiro. "A crise financeira também mostrou que há uma correlação entre condições excessivas de liquidez do sistema financeiro no curto prazo e solvência no médio prazo", acrescentou ele.

Ao enxugar os recursos existentes para empréstimos das instituições financeiras, o BC contribui para pressionar para cima os juros bancários e isso pode ser uma alternativa à uma subida maior da taxa básica de juros da economia brasileira, atualmente em 10,75% ao ano.

A expectativa do mercado financeiro, neste momento, é de que os juros básicos subam 1,5 ponto percentual em 2011, para 12,25% ao ano. O aumento dos compulsórios, e da taxa básica de juros, são formas de o Banco Central tentar conter o crescimento da inflação. Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem subido consistentemente a sua previsão de inflação para este ano, que já está em 5,72%, e também para 2011 (5,20%). Ambas acima da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais (entre 2,5% e 6,5%).

"As condições atuais justificam a recomposição das alíquotas dos compulsórios aos níveis pré-crise. Portanto, a diretoria do BC decidiu elevar os recolhimentos das alíquotas dos depósitos a vista e a prazo", informou o presidente da instituição, Henrique Meirelles. Segundo ele, o recolhimento total vai ficar em R$ 10 bilhões acima do que prevalecia antes da crise financeira internacional. "Isso é função da expansão real dos depósitos nesse período", explicou ele.

O presidente do BC confirmou que a definição dos juros, e a política de compulsório da instituição, são "canais complementares". Isso não quer dizer, porém, que a autoridade monetária deixará de fazer eventuais aumentos de juros que julgar necessários - mas sim que pode ter de fazer um movimento menor de elevação.

"As medidas têm reflexo na questão macroeconômica. Quando você diminui a quantidade de recursos na mão do sistema financeiro, pode haver uma tendência, é muito difícil dizer certamente haverá, mas a lógica diz que poderá haver aumento de juro bancário", declarou Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do Banco Central.

Fonte: http://g1.globo.com – Em 03/12/10

BC tira R$ 61 bilhões da economia

Com o aumento das reservas que os bancos terão de depositar no BC, o governo afasta a necessidade de alta imediata dos juros

Célia Froufe, Fabio Graner e Renato Andrade

O Estado de S.Paulo

O governo fechou a torneira da liquidez de recursos no mercado. A partir do próximo dia 13, o Banco Central vai retirar de circulação R$ 61 bilhões, por meio da elevação no recolhimento obrigatório pelos bancos dos recursos captados em depósitos à vista (conta corrente) e a prazo (como os CDBs).

Os cálculos do novo compulsório começam a ser feitos na próxima segunda-feira. Mais do que retomar ao patamar anterior à crise financeira internacional, a decisão anunciada ontem de elevar o volume de dinheiro recolhido obrigatoriamente dos bancos ficou R$ 10 bilhões acima do período anterior à turbulência.

Durante o período de tensão global iniciado no final de 2008, o Banco Central passou a injetar o máximo possível de recursos na economia. A reversão das medidas de combate à crise começou em março deste ano, pouco antes de o BC retomar a alta dos juros. Com as medidas de ontem, a autoridade monetária completou esse ciclo.

Os recursos agora serão retirados do mercado em espécie, ficam depositados no Banco Central e passam a ser remunerados pela Selic, a taxa básica de juros, que hoje está em 10,75% ao ano. Com as novas regras, o BC passa a recolher 20% do total de depósitos a prazo.

Adicional. Além disso, haverá adicional de compulsório sobre os depósitos à vista e a prazo, de 8% para 12%.

Com menos dinheiro em circulação, ao lado das medidas diretas para segurar financiamentos de bens de consumo duráveis para pessoas físicas anunciadas ontem, o governo tenta conter a expansão do crédito. "Mas não há, de nenhuma maneira, impedimento ao crédito", garantiu o chefe do departamento de normas, Sérgio Odilon dos Anjos.

De quebra, ao enxugar a oferta de dinheiro no mercado, o BC também ajudou a derrubar a corrente, que começava a ganhar força, que apostava em aumento de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) já na próxima semana. E fortaleceu a avaliação majoritária do mercado financeiro de que a impopular tarefa de aumentar a Selic deverá ficar para algum momento da primeira metade de 2011.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, fez questão de enfatizar que o conjunto de medidas não necessariamente implica numa relação de causa e efeito com a decisão do Copom, mas admitiu que ele terá impacto na atividade econômica e na inflação, que são as miras da política de juros: "Ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária não são substitutas perfeitas, devem ser aplicadas por finalidades específicas."

Equivalência. Segundo o presidente do BC, essa análise foi reforçada nos últimos anos, depois da crise. "A experiência dos bancos centrais sugere que há uma equivalência importante entre ações macroprudenciais, que afetem as condições de crédito e liquidez, e as ações convencionais de política monetária."

O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, reconheceu que as medidas devem ter efeito no crédito e na inflação, apesar de não substituir os efeitos da Selic. O curioso é que, ao retomar boa parte dos compulsórios reduzidos na crise, em março passado, Aldo enfatizou por diversas vezes que a medida não tinha impacto na taxa de juros de mercado e na inflação.

Segundo uma fonte do governo, as medidas de ontem podem ajudar a conter a inflação, mas as pressões de preços aumentaram recentemente, com a alta das cotações das commodities (matérias primas), principalmente dos alimentos. A maioria dos analistas econômicos, diz essa fonte, acha que a alta de juros necessária para conter a inflação em 2011 é maior do que os efeitos das medidas anunciadas ontem.

A despeito de reconhecer que as medidas são importantes, a economista-sênior para América Latina do RBS Global Bank, Zeina Latif, salientou que, à luz das expectativas inflacionárias em alta, seria necessário fazer ajuste dos juros. "O mercado entendeu que o BC ganhou tempo. Não é agradável subir os juros, mas, às vezes, é necessário fazer ajuste e seria interessante começar já."

Fonte: http://www.estadao.com.br – Em 04/12/10

Governo espera diminuir dívida pública para 30% do PIB até o fim de 2014

O governo federal trabalhará para reduzir a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos quatro anos. Segundo expectativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a dívida deverá ser de 41% do PIB este ano. Mas, até o final do governo Dilma Rousseff, em 2014, essa taxa deverá cair para cerca de 30%.

“Nossa dívida vem caindo desde 2002 e continuará caindo. Uma meta é chegar ao final do próximo governo em algo como 30%, o que é muito bom, porque os demais países estão com aumento da dívida. A dívida pública está crescendo em todo lugar: Estados Unidos, União Europeia, etc., enquanto isso, estamos diminuindo nossa dívida.”

Durante o governo Dilma, segundo Mantega, a expectativa é que a economia cresça a uma média anual de 6,1%.

O ministro também defendeu a mudança do parâmetro de indexação para o reajuste do preço de serviços, aluguéis e contas de luz. Segundo Mantega, o governo quer, gradativamente, substituir o Índice Geral de Preços (IGP), da Fundação Getulio Vargas, por outros como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Mantega, o IGP sofre influência dos preços das commodities (matérias-primas cujos preços são fixados pelo mercado internacional). Mantega disse que, ao refletir preços internacionais, o IGP acaba trazendo distorções para o reajuste de preços dentro do país.

“Por exemplo, quando se fizeram as privatizações na área de energia, os contratos foram feitos com o IGP. À medida que estão vencendo esses contratos, ou novos contratos estão sendo realizados pelas novas concessões, não estamos mais usando o IGP, estamos usando outros indicadores, porque aí fica uma inflação mais estável e mais brasileira”, destacou.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/ - Em 06/12/10

Mantega diz que governo fará corte de gastos públicos em 2011

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (6/12) que o governo federal reduzirá os gastos públicos no ano que vem. Segundo ele, que participou do seminário Diálogos Capitais 2011-2014, no Rio de Janeiro, a ideia é diminuir a demanda do Estado, abrir espaço para a demanda privada e permitir a redução da taxa de juros em 2011.

“Agora que a economia brasileira está recuperada [depois da crise], a partir de 2011, vamos reduzir, por exemplo, gastos de custeio. O Estado vai fazer um ajuste, diminuir subsídios e impedir a constituição de novos gastos. Esse é o desafio que nós temos, mas não é um desafio fácil”, disse Mantega.

De acordo com o ministro, o volume do ajuste ainda será definido pelo Ministério do Planejamento e pela Secretaria do Tesouro Nacional. Ele adiantou que o corte de gastos atingirá todos os ministérios e poderá afetar inclusive o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), já que alguns novos projetos poderão ocorrer em ritmo mais lento.

Mantega também deve pedir ajuda ao Congresso Nacional, para que não sejam aprovados novos projetos de lei que levarão a aumento de gastos públicos, como o reajuste salarial do Poder Judiciário e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 300, que prevê o aumento do salário de policiais e bombeiros de todo o país. Mantega também pede que o salário mínimo não seja superior a R$ 540.

O ministro disse, no entanto, que o ajuste fiscal a ser feito pelo governo no próximo ano não comprometerá o crescimento econômico. “Não se trata do velho ajuste fiscal do passado, de triste memória, que derrubava a economia”, afirmou.

Segundo ele, ao fazer o ajuste, o governo poderá substituir uma política fiscal por uma política monetária. “Com a redução dos gastos públicos, principalmente de custeio, vamos gerar poupança pública e abrir espaço para a redução da taxa de juros. E, ao reduzir os juros, vamos estimular o setor privado. Esse corte de gastos abre espaço considerável para a redução dos juros, até porque o Brasil ainda está muito defasado em relação ao cenário internacional e isso causa problemas, inclusive, com o câmbio”, disse Mantega.

O ministro afirmou que, dentro de duas semanas, o governo deve anunciar medidas para estimular o aumento do crédito privado de longo prazo, para diminuir o volume de crédito oferecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Mantega disse ainda que o governo federal também terá desafios, a partir do ano que vem, na redução de tributos sem desequilibrar as contas públicas, na manutenção do equilíbrio das contas externas e para evitar a valorização do real frente a outras moedas. “Não é uma briga fácil. Por isso, chamo de guerra cambial”, disse.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br – Em 06/12/10

Com menos dinheiro na economia, bancos
devem dificultar empréstimos em 2011

Mudanças podem envolver cadastro mais restritivo como redução do prazo de financiamento

Os bancos devem segurar a oferta de empréstimos ao consumidor, seja por meio de financiamentos de veículos, crédito pessoal ou consignado (com desconto em folha de pagamento) após a decisão do Banco Central de retirada de R$ 61 bilhões dos bancos para frear a economia.

A saída desse dinheiro envolve uma mudança nas regras do compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositado no Banco Central), já que essa grana é usada pelas instituições financeiras para oferecer crédito a empresas e consumidores.

O BC anunciou também novas regras para a concessão de empréstimos, que entram em vigor somente em 1º de julho do ano que vem. Os bancos terão que contar agora com uma reserva maior de dinheiro, porque o capital que as instituições são obrigadas a manter para conceder o crédito aumentou de 11% do valor do empréstimo para 16,5%. Ou seja, de cada R$ 1.000 emprestado, os bancos terão que ter em caixa R$ 165. Hoje, a obrigação é de R$ 110. Isso se a entrada for menor do que 20% do valor do bem.

A regra vale para os empréstimos com desconto em folha de pagamento com prazo a partir de 36 meses e financiamentos de veículos acima de 24 meses (dependendo do valor da garantia), entre outros. Somente os financiamentos imobiliários, de crédito rural e compra de veículos de carga (ônibus e caminhões) estão fora.

Com a medida, os bancos devem reduzir os prazos dos empréstimos e exigir entradas maiores nos financiamentos, o que é ruim para o consumidor, segundo Andrew Frank Storfer, presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

- Os bancos terão que fazer uma reserva maior para oferecer o financiamento. O que antes eras feito em até 60 meses ou em 36, agora não deve passar de 24 meses. A entrada [na compra] também deverá mudar, para que eles consigam manter uma taxa baixa de juros ao consumidor.

Os bancos devem absorver as novas regras antes mesmo de elas entrarem em vigor, segundo Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

- Ainda é cedo para avaliar as repercussões, acho que os bancos estão “digerindo” o anúncio. Do ponto de vista de quem trabalha no setor, a gente está em um momento de expectativa, já que os custos dos financiamentos podem aumentar [...]. Pode ser que a avaliação cadastral [do consumidor] possa ficar mais restritiva.

Somente no mês de outubro, o volume de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 1,6 trilhão, o equivalente a 47,2% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, de toda a riqueza produzida no Brasil. Storfer ressalta que o volume recorde foi garantido em boa parte pelos financiamentos de veículos, que devem sofrer uma retração a partir do ano que vem.


FONTE: http://noticias.r7.com/ - Em 06/12/10

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

14º Edição

UFRN – Ano 03 – 14ª Edição – Editado por Andréia Simone, Elivânia Melo, Érica Priscilla, Felipe Luiz, Fernando Nascimento e Luciano Mariano – Novembro/2010 – Natal/RN.

EUA injetarão US$ 600 bilhões na economia
Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciou nesta quarta-feira que injetará US$ 600 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) na economia americana até junho de 2011 por meio da compra de títulos do Tesouro de longo prazo.
A medida – chamada de relaxamento quantitativo – já era aguardada, mas analistas de mercado esperavam um valor menor, entre US$ 300 bilhões e US$ 500 bilhões.
O valor anunciado significa investimento de cerca de US$ 75 bilhões por mês nos próximos oito meses.
Esta é a segunda vez que o Fed recorre esse tipo de medida. Durante o auge da crise econômica mundial, entre 2008 e 2009, foram investidos US$ 1,75 trilhão na compra de títulos.
Além disso, o banco central americano já anunciou que irá reinvestir entre US$ 250 bilhões e US$ 300 bilhões em rendimentos de títulos lastreados em hipotecas na compra de dívidas do Tesouro até o final de junho do próximo ano.
Relaxamento quantitativo
A nova decisão foi anunciada após reunião do Federal Open Market Committee (Fomc, na sigla em inglês, órgão equivalente ao Comitê de Política Monetária brasileiro).
O objetivo do relaxamento quantitativo é baixar os juros de longo prazo e, assim, aumentar a liquidez e estimular a demanda.
A medida geralmente adotada por governos para impulsionar a economia é baixar a taxa de juros.
Os Estados Unidos, porém, não têm essa opção, porque a taxa de juros no país já está próxima de zero, e não há mais espaço para baixar.
Com o relaxamento quantitativo, o governo americano vai, na prática, imprimir dinheiro para comprar os títulos de longo prazo.
Segundo o Fed, o programa será revisado periodicamente e ajustado conforme a necessidade.
Última oportunidade
A medida é vista por alguns analistas como uma última oportunidade de estimular a economia do país.
Os Estados Unidos saíram da recessão em junho de 2009 (depois de 18 meses), mas o ritmo da recuperação é considerado insuficiente para baixar a taxa de desemprego, que há vários meses permanece próxima de 10%.
Os dados mais recentes, divulgados na semana passada, indicam que o PIB (Produto Interno Bruto) americano cresceu apenas 0,5% no terceiro trimestre (o que representa uma taxa anualizada de 2%).
O ritmo lento da recuperação econômica é considerado um dos fatores que motivaram os eleitores americanos a tirar do Partido Democrata a maioria na Câmara dos Representantes (deputados federais)
O partido do presidente Barack Obama sofreu uma derrota histórica nas eleições legislativas desta terça-feira, ao perder 60 cadeiras da Câmara dos Representantes que estavam em seu poder para candidatos da oposição, dando assim o controle da Casa ao Partido Republicano.
Nesta quarta-feira, o próprio Obama admitiu que o resultado demonstra a “profunda frustração” dos americanos com o ritmo lento da recuperação da economia.
Emergentes
Um dos temores é que a medida anunciada pelos Estados Unidos possa aumentar ainda mais o fluxo de capital estrangeiro para mercados emergentes, como o Brasil – que tem uma das mais altas taxas de juros do mundo.
O governo brasileiro vem adotando medidas para conter essa entrada de capital e interromper a trajetória de desvalorização do dólar frente ao real.
Um real muito valorizado torna as exportações brasileiras menos competitivas no mercado externo.
No entanto, como a medida do Fed já era aguardada pelo mercado, a Bolsa de Valores de São Paulo se manteve em alta após o anúncio.
Quem diria... USA tentando sair da crise
Terça-feira 04/11/2010
O Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) anunciou nesta quarta-feira (3) que irá adquirir mais US$ 600 bilhões em títulos públicos até a metade do próximo ano, o chamado "quantitative easing". A medida é uma tentativa de impulsionar a lenta recuperação econômica do país, reduzindo ainda mais os custos dos empréstimos para consumidores e empresas, que ainda sofrem com o período posterior à pior recessão desde a Grande Depressão.
O anúncio ocorre ao final da reunião de dois dias que também decidiu por manter a taxa básica de juros da economia e 0 e 0,25% ao ano. O banco central também reiterou que as taxas de juro ficarão baixas por período prolongado.
A ajuda consiste, basicamente, em comprar grandes quantidades de títulos detidos pelos bancos comerciais como forma de injetar recursos no sistema financeiro. Com a taxa de juros já tão próxima a zero, o “quantitative easing” é visto como uma das poucas formas restantes de aumentar os recursos em circulação.
Como resultado, ocorre um aumento nas reservas dos bancos comerciais, que passam a poder emprestar mais. A liquidez maior, em teoria, impulsiona o crescimento da economia, aumenta as perspectivas de inflação e reduz as taxas de juros reais.
"O Comitê tem a intenção de comprar mais US$ 600 bilhões em títulos de longo prazo do Tesouro até o final do segundo trimestre de 2011, a um ritmo de cerca de US$ 75 bilhões por mês. O Comitê irá rever regularmente seu ritmo de compras de títulos e o tamanho total do programa de compras tendo em vista novas informações e irá ajustar o programa conforme necessário, de forma a promover a maior criação de empregos e estabilidade de preços", afirmou o Fed em comunicado.
O primeiro programa de compra de bônus do governo pelo Fed, de US$ 1,75 trilhão, foi executado entre dezembro de 2008 e março de 2010 e teria ajudado as atividades quando os EUA foram atingidos pela crise financeira e por uma profunda recessão.
O Fed indicou que o ritmo de recuperação da economia e de criação de empregos continua lento. Os gastos das famílias têm crescido gradualmente, mas seguem limitados pelo alto desemprego, baixo crescimento da renda e crédito restrito. "Os empregadores seguem relutantes em aumentar suas folhas de pagamento", diz o órgão.
Fonte: http://www.qqesse.com.br

Governo discute medidas para estimular financiamento privado, diz presidente do BNDES
Alex Rodrigues / Agência BrasilEdição: Juliana Andrade
24 de novembro de 2010

O governo federal discute os acertos finais de um pacote de medidas para estimular o setor privado a ampliar o nível de investimentos, sobretudo em infraestrutura. Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, as “microrreformas” são necessárias para que se crie, no país, um modelo de financiamento privado voluntário de longo prazo.
“Hoje, todo o financiamento de longo prazo está concentrado numa única instituição, que é o BNDES, e isso não é desejável, já que a escala de investimentos precisa subir muito e seria impossível a sustentação do atual modelo”, afirmou Coutinho, referindo-se à necessidade de que a atual taxa de investimento, de cerca de 19% do Produto Interno Bruto (PIB), atinja pelo menos 23% nos próximos anos – sem que, para isso, o BNDES tenha que ampliar seu volume de empréstimos.
Segundo ele, o aumento da taxa de investimentos é necessário para permitir que a economia brasileira continue crescendo de forma sustentável.
“É imperioso que se desenvolva um modelo de financiamento privado voluntário e as microrreformas são necessárias para induzir, de maneira suave, tranqüila, esse novo modelo”, disse Coutinho, sem detalhar que medidas estão sendo discutidas pela equipe econômica e os integrantes da equipe de transição que prepara o próximo governo. De acordo com ele, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, está de acordo com a necessidade de conceder estímulos ao crédito privado.
“Não há nenhuma medida pirotécnica, bombástica, ou qualquer atropelo à poupança. O que pretendemos é dar um tratamento amigável para que o setor privado possa emitir papéis de longo prazo com um tratamento tributário calibrado e regras tributárias mais favoráveis”, declarou Coutinho.
O presidente do BNDES explicou que a intenção do governo é que, com as novas condições, o sistema de financiamento privado leve três ou quatro anos para estar suficientemente “robusto” e passar a atender à crescente demanda por financiamentos de médio prazo.
“A ideia é criar um mercado de crédito e financiamento de maturidade média e prazos intermediários. É difícil imaginar que, já num primeiro momento, o mercado possa vir a suprir créditos de longuíssimo prazo, mas acredito que créditos de quatro a sete anos para os setores industrial e de serviços poderão sim vir a ser supridos pelo mercado”, disse Coutinho. Ele destacou que, embora as taxas de juros cobradas pelo setor privado inicialmente possam ser mais altas do que as do BNDES, a proposta do governo é que, “em médio prazo”, elas sejam convergentes.
Fonte: http://www.oeconomista.com.br/
Os maus sinais da inflação
24 de novembro de 2010 10h54
Rolf Kuntz

Financiar trem-bala não é função do Banco Central (BC). Combater a inflação, sim. O lembrete poderia ser inútil em outro momento, mas não agora, diante da incerteza quanto ao papel e ao poder da autoridade monetária no futuro governo. Nenhum temor é absurdo, quando o Tesouro é autorizado a usar R$ 25 bilhões como garantia financeira de um projeto ferroviário mal esboçado, contestado e de retorno duvidoso, mas defendido como prioritário pela presidente eleita. O lembrete sobre a missão do BC também é oportuno, agora, porque a inflação do feijão já era: os aumentos estão muito mais espalhados. Esse é um bom assunto para a presidente eleita e para a pessoa escalada para cuidar dos juros a partir de janeiro. Dois terços dos preços pagos pela maioria das famílias foram arrastados pela onda de aumentos, segundo a última pesquisa do IPCA-15, realizada entre 14 de outubro e 12 de novembro e divulgada ontem pelo IBGE. O efeito da onda é crescente. A alta de preços havia atingido 62,2% dos itens no período coberto pela pesquisa encerrada há um mês.
Com a nova coleta vieram, portanto, duas más notícias. Em primeiro lugar, a inflação ganhou impulso, passando de 0,62% em outubro para 0,86% em novembro, segundo esse indicador. Em segundo, as pressões inflacionárias, além de mais fortes, tornaram-se mais amplas. A aceleração é confirmada pelo exame dos chamados núcleos de inflação, calculados sem os preços mais instáveis dos alimentos e combustíveis.
Também a Fundação Getúlio Vargas apontou inflação em alta: na terceira medição do mês, correspondente aos 30 dias encerrados em 22 de novembro, o IPC-S variou 0,85%. Um mês antes o aumento apurado havia sido 0,66%. O índice de difusão, 64,8%, foi um pouco menor que o da terceira pesquisa de outubro, 65,4%, mas confirmou a tendência de aumentos bem espalhados pela economia.
Os dois fenômenos – a aceleração e a difusão dos aumentos – são sinais de pressão de demanda, segundo alguns analistas. Não há nada incomum nessa avaliação. A forte demanda é refletida também nas contas do comércio exterior. O Brasil gastou neste ano US$ 160,1 bilhões com importações até a terceira semana de novembro, 43,9% mais do que um ano antes. O valor exportado, US$ 175,4 bilhões, foi 30,8% maior que o de igual período de 2009.
Esse descompasso é em parte explicável pela valorização do real, mas o efeito do câmbio seria certamente menor, se a economia estivesse menos aquecida e a demanda interna fosse menos intensa. Além do mais, o dólar barato tem contribuído para limitar os aumentos. Sem esse amortecedor, os consumidores estariam bem mais assustados com a alta de preços. É bom levar em conta esse dado ao avaliar os indicadores de inflação.
Pelo menos dois fatores poderão afetar os preços nos próximos meses. A União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional estão mobilizados para ajudar os países da Europa em situação mais precária, como a Irlanda e a Grécia. Mas há outros vulneráveis à ação desestabilizadora dos mercados financeiros. Se a situação europeia desandar, o dólar poderá subir e o Brasil ficará menos protegido contra as pressões inflacionárias.
O outro perigo está no mercado internacional de produtos básicos, sensível tanto às variações na oferta e na demanda quanto às decisões dos especuladores financeiros. Está prevista para 2011 uma oferta global de alimentos mais apertada que a de 2010. Não haverá realmente escassez, mas a mera perspectiva de redução de estoques é em geral suficiente para elevar as cotações. Esse efeito é ampliado, e às vezes consideravelmente, quando há insegurança nos mercados financeiros e grandes volumes de dinheiro são desviados para o mercado de commodities. Isso ocorreu antes da crise de 2008 e poderá ocorrer de novo, se o risco financeiro aumentar ou se os países emergentes se tornarem menos interessantes.
Se a presidente eleita tiver uns 50% da sorte de seu antecessor, esse quadro poderá tornar-se menos preocupante nos próximos meses. Seu governo, então, será iniciado diante de um cenário externo menos sombrio. Mas ainda haverá uma coleção respeitável de riscos internos. Na melhor hipótese, será preciso enfrentar o rescaldo das atuais pressões inflacionárias, administrar um orçamento pouco flexível e com excesso de custeio improdutivo. Será necessário, também, conter a deterioração das contas externas. Se não houver uma reversão, em 2012 o déficit em conta corrente estará em 4% do PIB. Mas tudo será bem pior, em dois anos, se o caminho escolhido for o da complacência com a gastança e do descuido diante das pressões inflacionárias.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/rolf-kuntz/

Reservas internacionais alcançam US$ 260 bilhões, diz BC
Elevação reflete oscilação dos ativos das reservas e compra de dólares.Colchão de recursos foi utilizado pelo governo durante a crise financeira.

As reservas internacionais do país subiram mais uma vez na segunda-feira (9) e superaram a casa dos US$ 260 bilhões. Dados divulgados pelo Banco Central hoje mostram que o montante aumentou US$ 276 milhões na segunda-feira, de US$ 259,729 bilhões para US$ 260,005 bilhões no conceito de liquidez internacional.
A elevação reflete, entre outros aspectos, a oscilação do valor de mercado dos ativos que compõem as reservas, como os títulos da dívida norte-americana, e a compra de dólares realizada pelo BC em 5 de agosto de 2010.
O que é?
Reserva internacional ou cambial é o volume de dólares que o país tem em caixa. O governo acumula a moeda norte-americana de duas formas: comprando dólares no mercado ou fazendo emissões de títulos da dívida pública - que são comprados pelos investidores e cujo pagamento é depositado nas reservas. As reservas também podem variar por conta da remuneração das aplicações que são feitas com estes recursos - a maior parte em títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
A grande vantagem de ter dólares em caixa é que isso dá garantias contra eventuais crises no mercado internacional, como a da Rússia, em 1998, e a crise financeira que atingiu a economia internacional no ano passado. Com os dólares, o país tem mais autonomia. Durante a crise, o BC chegou a vender cerca de US$ 14,5 bilhões para conter a subida do dólar, e também utilizou o colchão de recursos para fornecer linhas de crédito para os exportadores brasileiros.
Histórico das reservas
As reservas chegaram ao fundo do poço no fim de 1998 e início de 1999, logo após o anúncio de moratória (não pagamento da dívida externa) por parte da Rússia. Naquele momento, houve uma fuga de capitais de todos os países emergentes, inclusive do Brasil, e, para manter o câmbio fixo, o Banco Central, sob a tutela de Gustavo Franco, teve de lançar mão das reservas e vender dólares ao mercado financeiro para segurar a cotação do real. Naquela época, as reservas já haviam caído para US$ 24,45 bilhões.
Com a adoção do câmbio flutuante, ou seja, sem metas para a taxa de câmbio, as reservas deixaram de ser utilizadas para conter a subida do dólar. A conseqüência imediata foi a disparada da moeda norte-americana para cerca de R$ 3,00. Entretanto, até o fim daquele ano já retornaria para um patamar ao redor de R$ 2,00 por dólar em conseqüência ao aumento da taxa básica de juros da economia.
Recomposição e aplicações
No início de 2004, com a melhora do cenário externo, foi instituído formalmente o processo de recomposição das reservas internacionais - por meio da compra de dólares no mercado à vista pelo BC. Em 2004, o BC comprou US$ 5,2 bilhões e, em 2005, outros US$ 21,5 bilhões.
No ano de 2006, as compras somaram US$ 37,2 bilhões e, em 2007, bateram recorde ao somar US$ 78,5 bilhões. Em 2008, o BC adquiriu US$ 7,5 bilhões e, em 2009, adquiriu mais US$ 24 bilhões no mercado à vista.
A aplicação das reservas em títulos públicos de outros governos, e a continuidade das captações externas, também permitiu o seu crescimento nos últimos anos.
Fonte:
http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/08/reservas-internacionais-alcancam-us-260-bilhoes-diz-bc.html.

Patrimônio, dívidas boas e dívidas ruins
por Fábio Portela - seção
Finanças Pessoais
em 09/11/2010

Uma das principais dificuldades para que alguém construa uma vida financeiramente estável são as dívidas assumidas. Muitas vezes, as pessoas se endividam porque gastam com coisas que não acrescentam muito nas suas vidas: passeios nos lugares da moda, compra de objetos desnecessários, trocas desnecessárias de carro, viagens constantes para o exterior e outras “coisinhas” que, ao longo do tempo, representam gastos substantivos.
Essas dívidas são, de um ponto de vista estritamente financeiro, dívidas ruins. Não acrescentam em nada ao
patrimônio e podem comprometê-lo no curto e, ainda pior, no longo prazo. Mesmo que o orçamento não se torne deficitário com essas despesas, ao longo de dez ou quinze anos o dinheiro gasto com elas seria o suficiente para adquirir um patrimônio que realmente faria diferença em sua qualidade de vida, como comprar uma boa casa, obter uma renda mensal para troca de carro , ir para o exterior anualmente e realizar todas as despesas anteriormente descritas.
A diferença é que, nesse caso, não se estaria destruindo o patrimônio, mas usufruindo dele de maneira sustentável. Afinal, quem “pagaria a conta” seria a renda decorrente do patrimônio acumulado e não o salário mensal. Independência financeira, por assim dizer.
Uma maneira de impulsionar os investimentos é assumir dívidas boas. Dívidas ruins são como ervas daninhas, que dificultam o crescimento de sua árvore do dinheiro. Dívidas boas, por outro lado, são um poderoso incremento para os seus investimentos. Elas não são efetuadas para o consumo, mas para aumentar o poder de crescimento do dinheiro. Um exemplo de dívida boa é o financiamento de um imóvel a baixo custo e subvalorizado, para alugar.
Um exemplo poderia ilustrar o ponto a ser destacado: digamos que o valor do imóvel a ser financiado seja de R$ 200.000,00. Se o investidor pagar uma entrada de R$ 50.000,00 e conseguir alugar o imóvel por R$ 2.200,00, com prestações do financiamento em 30 anos de R$ 1.500,00, obterá uma rentabilidade de 1% sobre o valor investido: afinal, o
investidor pagou R$ 50.000,00 e recebe, líquido, R$ 500,00 por mês (R$ 2.200,00 do aluguel subtraídos R$ 200,00 de imposto de renda e R$ 1.500,00 de prestação).
Se ele conseguir financiar pelo sistema SAC, as prestações serão decrescentes, mas os aluguéis serão crescentes – ou seja, em pouco tempo, os seus R$ 50.000,00 estarão rendendo, líquido, mais de 1% ao mês, além de uma eventual valorização do imóvel. Em 30 anos, se o investidor não resolver antecipar o pagamento das prestações, ele terá um imóvel de R$ 200.000,00, que rendeu aluguel por 30 anos, e pelo qual ele pagou R$ 50.000,00, já que os aluguéis pagaram as prestações.
Esse financiamento fictício é um fantástico exemplo de dívida boa. Observe, contudo, que não estou incentivando o investimento em imóveis: o exemplo é absolutamente hipotético – o objetivo foi apenas ilustrar minha linha de raciocínio.
Outro exemplo de dívida boa pode ser o de investir em ações, em períodos de crise, com dinheiro emprestado. Imagine a situação de alguém que, em outubro de 2008, no ápice da crise, decidiu tomar um empréstimo de R$ 30.000,00 a uma taxa de 20% ao ano para investir em ações de boas empresas que estavam irracionalmente subvalorizadas.
Como o preço das ações estava muito baixo, mesmo se as ações caíssem abaixo dos 29.000 pontos (que foi o fundo do poço na última crise), elas provavelmente se recuperariam rapidamente. Hoje, seus R$ 30.000,00 poderiam ter se transformado em, pelo menos, R$ 60.000,00. O empréstimo poderia ser pago e o investidor teria tido um lucro excelente sobre o dinheiro emprestado. Ou seja, a dívida foi utilizada para aumentar o patrimônio.
O principal fator a ser considerado antes de contrair uma dívida boa é que ela deve render lucros cuja rentabilidade seja substancialmente maior do que os custos da dívida assumida. Se os juros pagos e demais encargos empatam com os lucros ou são superiores a eles, não faz o menor sentido assumir essa dívida.
Um exame razoável do investimento deve garantir que sua rentabilidade seja substancialmente maior do que o custo do empréstimo, para mais do que compensar o risco de que algo dê errado (por exemplo, de que o imóvel fique muito tempo sem alugar ou de que as ações não se valorizem como o previsto). Isso só pode ser calculado depois de muito estudo sobre os investimentos.
O investidor deve aprender a distinguir dívidas boas e dívidas ruins. O que parece uma dívida boa de início pode ser, na verdade, um engodo. Algumas pessoas, por exemplo, consideram razoável financiar um carro porque consideram que estão tomando uma dívida para construir patrimônio. Embora um carro tenha valor patrimonial, seu valor somente diminuirá ao longo do tempo (depreciação), ao passo que o banco estará recebendo os juros do financiamento normalmente. O financiamento de um carro só é investimento para a instituição financeira.
É claro que não estou defendendo que você deixe de viajar ou de curtir alguns dos prazeres que o
dinheiro pode comprar. Mas é imprescindível usufruir da vida de maneira organizada e planejada, possibilitando que seu patrimônio, aos poucos e com a ajuda dos juros compostos, transforme suas economias, literalmente, em uma árvore de dinheiro.
Vez ou outra é importante assumir "despesas ruins". Ir a um jantar em um restaurante da moda, comprar uma roupa mais cara ou fazer uma viagem ao exterior eventualmente faz parte da vida. Mas a grande questão é a necessidade de se planejar para que essas despesas estejam dentro do orçamento e não inviabilizem a acumulação do patrimônio no longo prazo – que, como já apontei, pode permitir um padrão de vida infinitamente superior no futuro.
Fonte: blogs.estadao.com.br/jpkupfer/

SE ELES ABREM A PORTEIRA LÁ, VAI TER DE FECHAR AQUI
José Paulo Kupfer em 04/11/2010

Conforme largamente anunciado, o Fed inundou a praça com mais US$ 600 bilhões. Se é muito, se é pouco, se é certo, se é errado, são temas a desenvolver. O que não deixa dúvida é que economias como a brasileira serão afetadas e terão de reagir.
A avalanca de dólares que se imagina tenderão a ser aspirados pelo mercado brasileiro não deixa de ser um estímulo forte à correção mais acelerada de problemas estruturais. Mas a constatação de que é preciso empreender uma limpeza do campo para uma redução consistente da taxa de juros não conflita com a adoção de medidas de emergência para evitar crises agudas.
Do lado estrutural é mais do que hora de promover ajustes fiscais, aprimoramentos no sistema de metas de inflação, faxinas no mercado financeiro – rigidez da remuneração dos depósitos de poupança e LFT, estas últimas zumbis muito vivos do velho overnight -, reorganização dos estatutos de defesa comercial e programas de política industrial visando à competitividade.
Já as medidas de emergência devem obedecer ao ritmo ditado pela ação e do Fed – e de seu espelho refletido, a China. Simples: eles abrem a porteira lá, a gente fecha aqui.
Resta torcer para que a economia mundial não chegue num ponto de salve-se quem puder. Infelizmente, este ponto não está muito longe.

Analistas esperam novas medidas para conter o Real

Convencidos de que as medidas adotadas até agora pelo governo Lula na tentativa de conter a valorização do real frente ao dólar foram insuficientes, analistas apostam no anúncio de novas propostas ainda em 2010. Admitem que serão paliativas, com efeito de curto prazo, mas necessárias para evitar a continuidade da valorização. As sugestões são de retomada dos leilões de swap cambial reverso, uma nova elevação do IOF e queda de juros, sendo essa a medida com maior chance, segundo eles, de resolver o problema. Os leilões de swap cambial reverso não são realizados pelo Banco Central desde maio do ano passado. A operação é um instrumento de compra de moeda no mercado futuro de maneira a evitar a pressão no presente. O dólar à vista fechou ontem a R$ 1,740 (+0,99%), o nível mais alto desde 1º de setembro deste ano. Em novembro, a moeda acumula valorização de 2,23% e no ano, recuo de 0,17%.
Para o gerente da mesa de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini, a volta dos leilões teriam efeito apenas pontual. Na avaliação dele, uma taxação maior do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos investimentos externos em ações poderia ser uma alternativa com resultado no longo prazo. “Mas a queda da taxa de juros seria a principal delas”, afirma. Pellegrini disse esperar medidas de caráter duradouro apenas no próximo ano, quando a presidente eleita Dilma Rousseff assumir. “Taxação maior de IOF e corte nos juros teriam um efeito de longo prazo“
Leilões
A economista-chefe da Link Investimentos, Marianna Costa, também acredita na possibilidade de retomada dos leilões de swap cambial reverso ainda este ano como medida de curto prazo mais eficaz para frear a alta do real frente ao dólar. “Além de ser uma ação que pode ter um resultado positivo imediato, ainda tem mais chances de ser aceita pelos investidores, ao contrário da taxação de IOF ou (da adoção de uma) quarentena (prazo que o capital externo teria para deixar o País). O que não pode é deixar de tomar providências nesse sentido”, diz, ponderando que, mesmo com as medidas, a tendência é de desvalorização da moeda norte-americana. Marianna também acredita que ações de caráter duradouro deverão ser implementadas só no ano que vem, mas avalia que seria prematuro um palpite sobre o que pode ser adotado pelo novo governo. Para a economista, a retomada do corte dos juros pelo Banco Central, como sugerem alguns agentes do mercado, não é bem-vinda. “Só agravaria um outro problema, pois esbarraria na questão do regime de metas de inflação, e já estamos com uma inflação pressionada”, afirma.
A taxa de juros, segundo o sócio diretor da Financial Global Advisor, Miguel Daoud, não resulta da vontade do governo ou do Banco Central. “Ela reflete as nossas deficiências e antes de reduzir juros é preciso fazer um ajuste fiscal forte e reduzir a relação dívida/PIB para algo em torno de 20%”, afirma. Mas Daoud acredita que novas medidas já estão prontas. Para ele, o BC deverá retomar em breve os leilões de swap reverso e aumento da tributação sobre investimentos na bolsa e renda fixa.
Fonte:
http://www.oabcred.com.br/?page=noticia_det&id=516
. em 19/11/2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

13º Edição

UFRN – Ano 03 – 13ª Edição – Editado por Andréia Simone, Elivânia Melo, Felipe Luiz, Fernando Nascimento e Luciano Mariano – Setembro/2010 – Natal/RN.

Bancos deverão reservar mais dinheiro para crises

Reguladores internacionais querem que instituições financeiras tenham ativos de maior qualidade

Os bancos brasileiros terão bastante trabalho nesta década. O desafio é chegar a 2019 com mais dinheiro reservado para evitar crises, e de melhor qualidade. Para isso, as carteiras dos bancos deverão ter uma proporção maior de títulos mais seguros, como os do governo, e também ações, para fazer com que os investidores estejam mais conectados às estratégias.

O grande desafio é fazer essa transição sem que isso prejudique a distribuição de proventos aos acionistas ou a concessão de crédito. As mudanças fazem parte de exigências internacionais. No último dia 12, o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia, do qual o Brasil faz parte, aprovou a terceira fase de seu projeto de melhorar a segurança bancária no mundo. Evitar uma nova crise financeira mundial, como a desencadeada em 2008 com a falência do Lehman Brothers, é um dos objetivos das novas medidas.

Em geral, as regras pedem um capital de melhor qualidade e reservas maiores, para serem usadas em momentos de estresse. “Com a Basileia 3, os reguladores dão um recado aos bancos: vocês terão que fortalecer seus ativos e os governos não vão ajudar”, diz Luis Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da Austin Asis. As primeiras alterações devem entrar em vigor em 2013.

Sempre que confrontados com propostas de mudanças internacionais, especialistas fazem questão de ressaltar que as políticas brasileiras, tradicionalmente, são mais rígidas, situação que deixa os bancos locais em vantagem. Mas isso não significa que não haverá mudanças.

Eles acreditam que, num primeiro momento, o custo do capital crescerá. Uma das principais alterações é a exigência maior de capital mais puro, nível 1, para uso em crises, que deverá crescer de 2% do total para 4,5% sobre os ativos do banco. Nessa conta entram ações com direito a voto e dinheiro vivo, ou lucros retidos.

Evitando falências

A ideia é evitar políticas que levem as instituições à beira da falência, já que a fatia dos acionistas em jogo aumenta, diz Santacreu. “Isso evita medidas destrambelhadas. Até a crise financeira de 2008, os bancos tinham muitos empréstimos de terceiros, desconectados da administração, o que levava à falta de governança.”

“O primeiro impacto da elevação do nível 1 é o custo”, afirma Lúcio Anacleto, sócio de serviços financeiros da KPMG no Brasil. “Um capital de maior qualidade é mais caro.”

Esse capital puro será complementado por um colchão extra de conservação de 2,5% do total. Nesse caso, há possibilidade de diminuição do pagamento de dividendos e de bônus muito altos a executivos. Haverá ainda um colchão contra cíclico, que poderá variar entre zero e 2,5% do total.

“Esses colchões vão obrigar os bancos a rever a qualidade total de seu capital”, afirma Marcus Manduca, sócio da área de riscos financeiros da PricewaterhouseCoopers (PwC). “Alguns terão de fazer reservas de capital maior e, quando o lucro chegar, terão menos recursos para distribuir aos acionistas ou aos executivos.”

Fonte: http://economia.ig.com.br/mercados/financeiro/ em 21/09/2010

Déficit em conta corrente deve ajustar câmbio, diz Meirelles

SÃO PAULO (Reuters) - O crescente déficit das transações correntes do Brasil tende a ajustar a taxa de câmbio do país, corrigindo a valorização do real frente ao dólar, disse nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

"O déficit em conta corrente a longo prazo é um fator importante na determinação do valor das moedas. Com o tempo, o mercado vai reagir a isso", disse Meirelles em palestra a empresários na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), transmitida pela Internet.

Segundo o presidente do BC, de forma global o enfraquecimento do dólar está valorizando diversas outras divisas, como o euro e as de países produtores de commodities, como Canadá e Austrália.

No caso brasileiro há ainda o fato de as expectativas de forte crescimento da economia doméstica nos próximos anos, o que atrai grandes montantes de investimentos estrangeiros.

Meirelles ressaltou que a combinação de câmbio flutuante com alto volume de reservas internacionais deve fazer com que o ajuste no câmbio se dê de forma gradual.

"O ajuste deve ser suave", afirmou.

Segundo o último dado disponível do BC, o Brasil registrou em julho um déficit em transações correntes recorde de 4,499 bilhões de dólares, bem acima do déficit de 1,623 bilhão de dólares de julho de 2009.

Esse movimento de piora das contas internacionais acontece paralelamente à apreciação do real frente ao dólar, que também vem se enfraquecendo frente às principais moedas globais, à medida que a economia dos Estados Unidos vacila em tentar se recuperar da recessão. Nos últimos 12 meses, o dólar teve baixa de 5,4 por cento frente ao real.

(Reportagem de Aluísio Alves; Edição de Vanessa Stelzer)

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100920/economia/negocios_bacen_meirelles_cambio em 21/09/2010

Peso do estado reduz a competitividade do país

Excluídos o serviço da dívida e as transferências constitucionais, as engrenagens do estado respondem por 92% dos gastos da União

Derick Almeida

A gastança do estado mina sua capacidade de investir na melhoria da infraestrutura

A gastança do estado mina sua capacidade de investir na melhoria da infraestrutura (Guilherme Filho)

Um dos desafios do Brasil é fazer com que os gastos públicos parem de crescer ou que, ao menos, se expandam num ritmo inferior ao da economia.

A análise dos gastos da União, quando se excluem o serviço da dívida e as transferências constitucionais, revela o peso do estado na drenagem das riquezas do país. Dados da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado Federal mostram que, a cada ano, 25% destes recursos são destinados ao pagamento de pessoal – entre ativos e inativos. Outra parcela substancial, de 67%, está relacionada ao custeio da máquina, isto é, tudo o que, grosso modo, se relaciona ao exercício da atividade pública, salvo as despesas com funcionários e aposentados. Entram nessa conta, portanto, desembolsos para as mais diferentes finalidades, indo desde o cafezinho servido nas repartições públicas até a gasolina que move os veículos de autoridades. Para investimentos em geral (infra-estrutura, saúde, ciência, etc), sobram apenas 8%.

Outra demonstração de como o estado suga os recursos do país está nas estatísticas levantadas pelo professor de finanças públicas Ricardo Bergamini. De janeiro de 2003 até abril deste ano, o gabinete da Presidência da Republica desembolsou 23,4 bilhões de reais. A quantia – em grande parte protegida do escrutínio da sociedade por ser secreta – superou os gastos individuais de oito ministérios: Orçamento e Gestão, com despesa de 19,8 bilhões de reais (0,11% do PIB); Relações Exteriores, com 12,1 bilhões de reais (0,08% do PIB); Indústria e Comércio, com 11,6 bilhões de reais (0,07% do PIB); Meio-Ambiente, que gastou 8,8 bilhões de reais (0,06% do PIB); Comunicações, cuja despesa somou 9,0 bilhões de reais (0,06% do PIB); além dos “desprezíveis e insignificantes” gastos das pastas dos Esportes, da Cultura e do Turismo.

Ernesto Lozardo, economista da Fundação Getúlio Vargas, comenta que o peso do estado tem impacto direto sobre a competitividade do país no exterior. “O governo central brasileiro, no tocante a despesas correntes, gasta 2,5 vezes mais que os países asiáticos e não consegue poupar dinheiro, pois é, na verdade, deficitário. Desta forma, o Brasil não tem infraestrutura para crescer 9% ao ano”.

O analista sênior para América Latina da Economist Intelligence Unit (EIU), Robert Wood, acrescenta que a economia brasileira tem um longo caminho a percorrer para chegar ao nível de crescimento dos países asiáticos. “O Brasil precisaria aumentar o nível de investimento público/privado de 2% para 4% do PIB a fim de preencher as lacunas na área de infraestrutura e manter um crescimento sustentável de 5% ao ano”.

Para Wood, um dos desafios do Brasil para os próximos anos é fazer com que os gastos públicos parem de crescer ou que, ao menos, se expandam num ritmo inferior ao da economia. Desta forma, a tendência é que o estado se torne proporcionalmente menor em relação ao PIB. Além disso, é preciso colocar os gastos com previdência social em ordem, pois “se isso não for feito, o país enfrentará problemas fiscais e de solvência que hoje pesam sobre países desenvolvidos”.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/economia em 22/09/2010

Sem reforma tributária progressiva, dependência externa será aprofundada

Escrito por Guilherme Costa Delgado - Publicação: 15 de Setembro de 2010

O crescimento da economia brasileira será vigoroso em 2010, ao que indicam os dados já apurados do 1º semestre e os indicadores de conjuntura do 3º trimestre. O ano deverá se encerrar com um crescimento do PIB acima dos 7,0 %

Por seu turno, esse ciclo de crescimento, que se observa desde 2004, um pouco esmaecido em 2009 pelo efeito da crise financeira externa, espera-se que venha a prosseguir em 2011. Mas a política econômica e a política social do novo governo, aliadas às condições de financiamento do mercado mundial, podem manter, arrefecer ou cortar esse experimento ora em curso. No momento, não se vislumbra a hipótese de corte abrupto. No entanto, é preciso examinar melhor as bases dessa novidade brasileira, crescimento com distribuição, para enxergar os desafios que existem pela frente.

Uma característica peculiar desse crescimento recente tem sido a melhoria na distribuição da renda do trabalho, não tanto pela melhoria dos salários de mercado, mas pela eficaz aplicação de direitos sociais transformados em benefícios monetários e em espécie às famílias. Atualmente, esses benefícios correspondem a praticamente 1/4 da Renda Interna Bruta, e precisariam continuar crescendo para prosseguir o efeito distributivo e de demanda efetivo que exercem no crescimento econômico.

Essa característica do crescimento econômico com distribuição de renda, limitada à renda do trabalho, tem necessariamente implicações sobre a produção do excedente econômico (excesso de bens e serviços produzidos e utilizados internamente relativamente às necessidade de subsistência da população), cujas conseqüências mais diretas aparecerão no sistema tributário e nas contas externas. Mas isto precisa ser melhor explicado.

Para fazer uma exemplificação inteligível ao leitor, vou utilizar uma contabilidade de números redondos, com dimensões nacionais, para chegar à idéia do excedente econômico - conceito chave para se compreender o que está em renhida disputa na sociedade e nos meandros da economia e da política, sem que muitas vezes nos apercebamos.

Imaginemos um Produto Interno Bruto de 3,0 trilhões de reais, uma População Economicamente Ativa que o produziu de 100,0 milhões de brasileiros e uma População de Idosos (60 anos ou mais) de 20,0 milhões de pessoas. Dadas essas informações, poderíamos definir o excedente econômico em um ano específico (2010), quando deduzíssemos do PIB toda a remuneração "socialmente necessária" para manter a população na condição de subsistência. Tomando o salário mínimo como noção daquilo que é praticado como socialmente necessário e considerando alternativamente todos os trabalhadores ativos (100,0 milhões) ou os ativos mais os idosos (120,0 milhões de pessoas), teríamos um excedente econômico de 79,0 ou 73,5% do PIB (respectivamente, 21, 0 ou 24,5% de remunerações de subsistência).

Observe-se que, ao se definir o consumo de subsistência, incluindo ou não os idosos, com este ou aquele salário mínimo, definem-se tamanhos muitos distintos do excedente. Recorde-se que o salário mínimo atual de 510,0 reais era de 130,0 reais em 1998 e de 57,0 reais na passagem da URV para o real em 1994.

Esses números arredondados expressam a situação econômica e demográfica do Brasil em 2010. Projetados à frente, com crescimento e continuidade desse padrão de distribuição, teríamos as seguintes implicações:

  1. Para incluir os que ainda não se encontram no padrão de subsistência e elevar esse padrão com ganhos reais de salário mínimo, é preciso obter novos recursos tributários(reforma tributária progressiva);
  2. Mantido o excedente econômico nos níveis atuais, sem alteração na tributação dos 10% mais ricos da população, detentores de 2/3 a 3/4 do excedente econômico, essa população recorrerá necessariamente a um padrão de consumo de bens e serviços muito por cima da dinâmica da produção interna, requerendo crescentes importações;
  3. O sistema econômico, para crescer, precisa renovar e incrementar seus estoques de capital, o que necessariamente implica que haja oportunidades (demanda) e decisões de investir, parte em recursos do excedente econômico interno, parte em recursos oriundos de passivos externos.

Em resumo, o experimento atual de crescimento com distribuição, para prosseguir, precisa considerar a reforma tributária de caráter progressivo como essencial, a menos que abandone seu caráter distributivo.

Mas mesmo que crescimento ocorra, sem distribuição, o perfil distributivo do excedente econômico provocará inevitável gargalo externo, manifesto por elevado déficit em conta corrente para financiar consumo de alta renda e parte dos investimentos. Será mais um vôo de galinha, abortado pela próxima crise cambial.

Como se pode ver, não haverá como escapar dos temas reforma tributária e reforma da seguridade social para apoiar um modelo distributivo de crescimento; ou inversamente, para estancá-lo ou invertê-lo de vez. Isto precisaria virar tema eleitoral, devidamente traduzido para a linguagem do público geral.

(Guilherme Costa Delgado é doutor em Economia pela UNICAMP e consultor da Comissão Brasileira de Justiça e Paz). Fonte: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5012/109/ em 22/09/2010

Dólar baixo é o preço do sucesso

Publicação: 21 de Setembro de 2010

Curitiba (AE) - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, reafirmou ontem que a apreciação do real em relação ao dólar decorre de fatores conjunturais e estruturais. Conjunturalmente, disse ele, existem problemas com algumas moedas. Um exemplo é o dólar, que está se desvalorizando não só em relação ao real, mas diante de muitas moedas, o que implica em um problema que tem afetado muito o Brasil. Ainda segundo o presidente do BC, pesa sobre o Brasil o fato de o real ser uma moeda muito correlacionada com as chamadas moedas-commodities, que são as moedas de grandes exportadores de matérias-primas, como Austrália, Nova Zelândia e Canadá, entre outros. Este grupo, de acordo com Meirelles, sofre uma competitividade muito grande que acaba valorizando suas moedas.

Outra questão que tem sido cada vez mais levada em conta, de acordo com o presidente do BC, é o déficit em conta corrente que, a longo prazo, é um fator determinante para a cotação da moeda. “Eu acho que temos agora um período não pontual. No Brasil, vai tudo muito bem. A economia vai crescer mais de 7% neste ano (o BC espera crescimento de 7,3%) e, para o ano que vem, crescerá a uma taxa menor, mas mais sólida. E um mundo com tantas incertezas faz com que o Brasil atraia investimentos. É o preço do sucesso”, disse Meirelles. O presidente do BC afirmou não ver risco de crise com relação ao câmbio e ressaltou que em um regime de câmbio flutuante, o que existe é a tendência de normalização no longo prazo.

Meirelles também voltou a afirmar que a redução da taxa básica de juros é uma consequência da estabilidade econômica. Ele fez esta afirmação durante sessão de perguntas e respostas de empresários da indústria paranaense, após proferir a palestra “Responsabilidade Macroeconômica para o Crescimento”, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). A resposta de Meirelles se deu a uma pergunta sobre o que fazer para que a taxa de juros seja reduzida e a taxa de câmbio se torne mais competitiva.


“Quanto mais se foca na taxa de juros, mais instabilidade se gera. À medida que se foca na inflação e ela fica na meta e a relação dívida pública na proporção do PIB seja cadente, como consequência, a taxa de juro cai. É o que aconteceu na Inglaterra há mais de 200 anos, quando houve a reforma liberal: a taxa de juros saiu de dois dígitos, de acordo com os registros que se têm, para um dígito num período de 50 anos”, afirmou, acrescentando não se tratar de um processo muito rápido. A essência do processo, disse Meirelles, é a continuidade da inflação na meta e a queda porcentual da relação dívida/PIB. “Tudo isso são pressupostos e consequências para que a taxa de juros continue na trajetória dos últimos anos”, explicou.

Meirelles acrescentou que, embora seja um processo longo, o Brasil já tem também um longo caminho percorrido nesse sentido, destacando as conquistas econômicas e financeiras obtidas pelo País nos últimos anos.

Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/dolar-baixo-e-o-preco-do-sucesso/160197 em 21/09/2010

Dívida externa do Brasil chega a R$ 407 bilhões

Financiamentos de médio e longo prazo são a maior parte do débito brasileiro

Publicado em 21/09/2010

A dívida externa total estimada do Brasil atingiu em R$ 407 bilhões (US$ 235,365 bilhões) em agosto, superior ao registrado em junho, quando o valor era de R$ 396,3 bilhões (US$ 228,594 bilhões). O dado referente a agosto é uma estimativa, enquanto os números atribuídos ao mês de junho estão fechados.

O valor está próximo da dívida do país nos anos 90, na época da crise, quando devia mais de R$ 400 bilhões (US$ 240 bilhões). A dívida externa é a soma de todos os débitos do país, seja por financiamentos ou empréstimos feitos pelo governo com instituições estrangeiras públicas ou privadas.

Segundo o BC, a dívida de médio e longo prazos - para investimentos em obras de infraestrutura, por exemplo - atingiu R$325 bilhões (US$ 187,949 bilhões) em agosto, na comparação com os R$ 316 bilhões (US$ 182,724 bilhões) registrados em em junho. Já a dívida de curto prazo - usada para financiamentos rápidos - subiu de R$ 79,2 bilhões (US$ 45,869 bilhões) em junho para R$ 82 bilhões (US$ 47,416 bilhões) em agosto.

O BC também informou que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos ficou em 232% em agosto, superior ao visto em igual mês do ano passado, quando havia ficado em 220%. A taxa de renovação dos empréstimos no mês passado foi alcançada graças à renovação de 373% nas operações feitas por títulos e 182% nos empréstimos diretos.

Fonte: http://noticias.r7.com/economia/noticias/ em 21/09/2010